23. dic, 2020
Hoje em Salvador em 1636 nascia Gregório de Matos, alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa.
Foi um advogado e poeta do Brasil Colônia, considerado um dos maiores poetas do barroco em Portugal e no Brasil e o mais importante poeta satírico da literatura em língua portuguesa no período colonial.
A alcunha boca do inferno foi dada a Gregório por sua ousadia em criticar, como neste soneto onde criticava a cidade de Salvador:
Tristes sucessos, casos lastimosos,
Desgraças nunca vistas, nem faladas.
São, ó Bahia, vésperas choradas
De outros que estão por vir estranhos
Sentimo-nos confusos e teimosos
Pois não damos remédios as já passadas,
Nem prevemos tampouco as esperadas
Como que estamos delas desejosos.
Levou-me o dinheiro, a má fortuna,
Ficamos sem tostão, real nem branca,
macutas, correão, nevelão, molhos:
Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna,
E é que quem o dinheiro nos arranca,
Nos arrancam as mãos, a língua, os olhos.
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Ultimi commenti
27.10 | 04:57
Muito bem lembrado! São muitas as implicações e as análises possíveis de interpretação. Aqui no blog, onde se trata de arte e não de psicanalise ou ética, eu me limito à descrição artistica do mito.
27.10 | 03:33
Eddy, na Grécia Antiga, uma humilhação devia ser retribuída, aquele que não o fazia passava por dupla vergonha, a desonra sofrida e a covardia por não cobrar vingança; em Medéia a questão é ética.
06.10 | 06:35
Sono ansioso di conoscere le due performance.
28.09 | 11:33
👏👏👏