7. set, 2021
Hoje em Coimbra em 1867 nascia o poeta Camilo de Almeida Pessanha. É considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa, além de antecipador do princípio modernista da fragmentação. Os seus versos evocam paisagens em ruínas, a passagem do tempo, onde presente e futuro de decadência e aniquilação se contrapõem ao paraíso perdido da infância e ao esplendor de Portugal de outros tempos. O tema do exílio e da nostalgia encontra expressão na saudade de viajar, como metáfora. Este núcleo temático exprime-se em versos particularmente apurados, do ponto de vista da escolha dos fonemas e das opções métricas e retóricas.
Queda
O meu coração desce,
Um balão apagado.
Melhor fora que ardesse
Nas trevas incendiado.
Na bruma fastidienta...
Como á cova um caixão.
Porque antes não rebenta
Rubro, numa explosão?
Que apego inda o sustem?
Atono, miserando.
Que o esmagasse o trem
De um comboio arquejando.
O inane, vil despojo.
Ó alma egoísta e fraca...
Trouxesse-o o mar de rojo.
Levasse-o na ressaca.
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Ultimi commenti
27.10 | 04:57
Muito bem lembrado! São muitas as implicações e as análises possíveis de interpretação. Aqui no blog, onde se trata de arte e não de psicanalise ou ética, eu me limito à descrição artistica do mito.
27.10 | 03:33
Eddy, na Grécia Antiga, uma humilhação devia ser retribuída, aquele que não o fazia passava por dupla vergonha, a desonra sofrida e a covardia por não cobrar vingança; em Medéia a questão é ética.
06.10 | 06:35
Sono ansioso di conoscere le due performance.
28.09 | 11:33
👏👏👏